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11/10/2013

Sobre Tecnologia, Frustrações e Nostalgia

A cada nova invenção e evolução da humanidade eu sinto que as pessoas vêem se tornando mais desumanas e fúteis, e calma - antes que vocês comecem me julgando por essa afirmação - deixa eu explicar o que eu tô querendo dizer...  Eu não sou tão velha assim, verdade, mas eu vivi a pré era digital, eu sou do tempo que todos os vizinhos se reuniam na rua e inventavam milhões de brincadeiras - cada uma mais criativa e divertida que a outra- eu lembro que gastávamos todos os nossos esforços em cavar nossa imaginação e mergulhar em um universo totalmente paralelo, onde a busca da diversão não tinha limites, eu me lembro de campeonatos de bolinha de gude, cabra cega, cai no poço, pique esconde, adedonha e todas aquelas brincadeiras que exigiam que nossa memória gravasse musiquinhas complicadas como "trissilomelo". Hoje em dia você não ver uma criança de 8 anos sem um celular, totalmente envolvidas por um mundo virtual, de jogos e amizades onde a essência de convivência tem estado cada dia mais perdida.  Eu sou do tempo dos amores platônicos, dos namoros de portão, dos bilhetinhos apaixonados e das comédias românticas e contos de fadas, eu não quero parecer ingenua, longe de mim, o que eu quero dizer é que hoje em dia essa essência está cada dia mais morta, os amores são pré meditados e totalmente robóticos, é preciso ter um namorado só para mudar o status do facebook para relacionamento sério e encher o instagram de fotos bonitinhas de casal dos quais você se inspira pelo tumblr e weheartit.   Eu sou da época que as estandes de casa eram cheias de álbuns de família com fotos antigas e amareladas, e quando uma visita ia na sua casa você morria de vergonha se elas acabassem encontrando aquelas fotos que sua tia tirou de você em um momento totalmente constrangedor,  hoje em dia, é tão raro as pessoas revelarem fotos e espalharem pela casa, como espécie de museu particular e refúgio nostálgico,  hoje em dia o intuito de uma foto é receber o maior número de curtidas possíveis, e ai de você se ninguém curtir sua foto, o mundo acaba, a insegurança aparece e a auto estima vira somente algo estimado e bem distante. Eu sou do tempo que eu perdia horas em uma biblioteca tentando responder questões de 50 páginas, ou lendo livros e mais livros para fazer um resumo, hoje em dia tudo é jogado nas costas do nosso querido google, as bibliotecas estão cada dia mais vazias e empoeiradas, as pessoas estão cada dia se esforçando menos pra pensar ou serem críticas, porque tem tudo tão mastigado e simplificado em apenas um clique, que não é preciso exigir nada do seu cérebro (esse que cada dia se encontra mais atrofiado). As pessoas estão cada dia mais vazias, sem conteúdo, sem histórias, memórias, imaginação, companheirismo, amizade e amor, é tudo muito robotizado por um sistema android ou uma conexão 3G. Posso até comparar o ser humano como uma vitrine virtual, onde o único intuito é compartilhar, falar de si, seus problemas, suas fotos e pensamentos momentâneos, sem interesse algum pelo senso crítico do amigo que está do seu lado ou pelo ar que invade os pulmões, pela arvore que foi plantada na porta da sua casa, pelas histórias da infância da sua vó, pelo comércio que fechou as portas por decretar falência, por nada, as pessoas (isso inclui a mim também) simplesmente não se importam com mais nada, estão totalmente desumanizadas e robotizadas. 

09/10/2013

Eu escrevo

Eu escrevo porque é a única coisa que eu posso fazer, embora eu não saiba o que dizer, as palavras simplesmente vão saindo, desajeitadas e cambaleando de linha em linha, eu escrevo porque eu não posso gritar, eu não posso gritar porque ninguém deseja ouvir, e talvez nem devessem... Eu escrevo pra mim mesma, pra relatar os meus sufocos e agonias, pra me lembrar que ainda estou aqui, escrevo pra me sentir viva, pra sentir que sou capaz de fazer algo, algo meu, algo que ninguém mais pode fazer por mim. Escrever é transcrever o que sua alma chora, o que fica preso entre os sons agudos da dor, a gente escreve pra por pra fora tudo que fica preso entre as artérias e veias. Quando eu escrevo eu sinto a dor saindo nas palavras, como se aliviassem o peso que esmaga meu coração, aquele peso que nem mesmo você sabe dizer o que é, são tantos pensamentos e sentimentos avulsos amontoados um em cima do outro, aqueles sentimentos longínquos que vem se acumulando há décadas, coisas que você nem lembra mais, mas eles continuam lá, fazendo peso, eu escrevo pra não jogar os sentimentos fora, porque quando você escreve você simplesmente tira o peso de dentro de você e os coloca nas palavras, pra que elas possam ser guardadas em papeis rasgados e cadernetas empoeiradas, pra quando bater a saudade... você ler. 

O pior

O pior de tudo não é sentir saudades, o pior de tudo não é o choro da madrugada ou as palavras que queria dizer e não digo, o pior não são as memórias nem a vontade de deitar no teu ombro, o pior não é lembrar das tardes de tédio compartilhado e que de alguma forma faziam sentido, não é as cartas guardadas numa caixa, nem mesmo os jantares que eu fazia pra te agradar, o pior não é lembrar das coisas que queríamos esquecer, nem das palavras ditas sem pensar, o pior não é lembrar do primeiro dia que te vi, nem da tua mão encontrando a minha no final daquela noite, o pior não é querer o primeiro beijo ou o primeiro sorriso, o pior não é olhar as fotos e sentir o coração ser esmagado, nem lembrar que você deixou a barba crescer porque me fazia feliz, o pior não é lembrar dos nossos erros e nem de como poderíamos ter feito tudo diferente, o pior nem é lembrar dos nossos apelidos carinhosos ou saber que eramos feitos um pro outro, nem que a nossa imperfeição era o nosso maior charme, o pior não é lembrar da nossa viagem e nem de quase termos perdido o voo porque você queria tomar café no aeroporto, o pior não é lembrar do bico que você pedia pra eu fazer, nem do abraço que eu desejei antes mesmo de te conhecer, o pior não é nossos amigos perguntarem por ti e eu não saber direito o que dizer, nem a saudade que eu sinto dos almoços com tua família, o pior não é lembrar dos nossos sonhos, nossa casa e nossa filha, nem chorar ouvindo as nossas músicas,o pior mesmo é saber que a gente quis tanto, lutou tanto, se ama tanto e mesmo assim não conseguimos fazer isso dar certo.

08/10/2013

Destino

Eu me sinto tão livre, embora ainda me perca nas confusões da minha cabeça. Lá fora um vento forte me inspira a bater asas e voar, sou como um pássaro machucado que fez ninho em terra estranha,
por vezes se sentindo indefeso e desprotegido, mas o tempo sempre te bota de volta em pé, demora, mas ele sempre coloca.
Estou satisfeita com as coisas que colhi durante meu caminho, eu sinto saudades, confesso, mas quem não sente? Saudades são só traduções de bons momentos cultivados, de pessoas que passaram por sua vida e deixaram coisas boas, pessoas que se foram pra nunca mais voltar (essas são as que mais deixam saudade) algumas continuam ali, você só não tem mais contato com elas, outras permanecem do seu lado te segurando a cada novo tropeço, e assim a vida segue, como um circo que viaja de cidade em cidade arrancando sorrisos e sonhos lúdicos. A vida é mesmo assim, meio lúdica, meio real, na verdade a vida é o que você escolhe que ela seja. Não acredito em uma verdade absoluta ou destinos pre determinados, acho que cada pessoa vive a sua própria verdade e em seu próprio universo e inferno pessoal, e o nosso destino é exatamente o nosso presente, o destino é aquilo que você vive hoje, amanhã e durante, o destino são suas escolhas e as coisas que você resolve levar consigo, o destino são nossos ideais e objetivos, são as saudades e os arrependimentos, as ações e os sonhos, o destino não é nada mais do que a própria vida. E você é o único capaz de decidir o que, porque, onde, quando, como e com quem será o seu destino, então pense, mas pense bem, e viva a vida da forma mais incrível que puder, porque essa é a única chance que você tem de torna-la interessante.

18/09/2013

O tempo

O tempo passa tão depressa, corrido, sem olhar quem tá pela frente o tempo se vai,
atropelando, deixando pra trás... deixando saudades, deixando histórias,
deixando amores, amigos e memórias
o tempo passa por entre os dedos de forma escorregadia, se desviando, fugindo e permanecendo só..
O tempo é forasteiro, não costuma fazer seu ninho, o tempo vai vivendo de bocados, um bocado aqui, um bocado acolá, nunca permanece por muito tempo, porque o tempo precisa passar,
o tempo passa por nossa vida sem que dê tempo de percebê-lo, ele se escorre por entre os dias e parte sem despedidas.
Cansei de lutar contra o tempo, vivemos de uma história entre o amor e o ódio. Sempre em busca de grandes aventuras, de mãos dadas em pensamento, eu e o tempo somos bons amantes de cama, exceto quando adormecemos juntos e o tempo vai embora de fininho...

Mais um dia

Hoje o dia acordou calmo, sem muitas confusões, no quarto travesseiros espalhados pela cama, um lençol amassado e uma ressaca do que foi vivido durante o inconsciente. Lá fora o sol tá escondido por trás de algumas nuvens nubladas, pessoas começam o corre do dia a dia, uma mulher tropeça na calçada mas ninguém nota, uma criança chora pra não ir pra escola, um senhor de idade abre as portas do seu comercio de balinhas, um jovem acaba de chegar de uma farra com os amigos, o mundo está igual, como todos os outros dias, talvez eu é quem esteja diferente.

02/08/2013

Carta para o inconsciente

Desculpe-me por ser tão obvia, eu me perdi.
Em alguma estrada encontra-se a parte de mim que costumava sonhar,
eu sinto muito, eu sei que eu prometi que nunca iria me tornar como aquelas pessoas vazias,
é que tem sido tão difícil, se você soubesse...
Se você soubesse quantas vezes me segurei pra não chorar na frente deles,
eu permaneci forte em todas as vezes que meu coração chorou, confesso que em nenhum só momento deixei transparecer minhas lágrimas,
eu sei, é como você diria "eles nunca entenderão você".
E você esteve certo o tempo inteiro, eles realmente não conseguem me entender.
Não importa o quanto eu me importe, eles nunca se importarão...
Me esforcei pra ser o tipo de pessoa que sempre sabe o que falar,
mas isso fez com que nunca dissessem o que eu precisava ouvir.
Descartável, é isso que eu sou, é isso o que você é, é isso o que todos são.
Ninguém se importa, nunca.
Que falta eu sinto de você, querido inconsciente.

Sobre um fim de tarde

É sobre um fim de tarde que eu queria falar, quando as flores vão perdendo sua cor, dando espaço a luz da lua, aquele momento em que você se perde num vagão desgovernado dentro da sua cabeça, sentindo coisas que nem você entende.
 Há sempre um vazio esperando a oportunidade de ser preenchido, mas esse momento nunca chega. Há sempre uma vontade desordenada que te faz perder o foco a cada novo entardecer, e a culpa não é sua, a culpa não é de ninguém..
Se sentir sozinho é mais comum do que parece ser, e o medo de estar sozinho é maior do que deveria.. O mundo está cada dia mais cheio e por algum motivo você se ver cada vez mais vazio, sempre a procura de algo que te dê vontade de permanecer em pé, lutando por uma razão desconhecida, talvez o que te impulsiona seja o desejo de descobrir,  descobrir um motivo pra deixar de existir e começar a viver.
O mundo está doente, cheio de suas frases ensaiadas e ações robóticas, a beleza está cada vez mais solitária à procura de alguém que possa enxerga-la .  Eu me sinto triste, como se eu estivesse doente junto com o mundo, consumindo caixas e caixas de remédios pra uma cura que não existe. É solitário aqui.

18/02/2013

Instintivamente

Eu não tenho ideia do que as coisas possam parecer, eu só estou fechando meus olhos e caminhando, desculpa se estou deixando pra trás coisas que eu deveria guardar, mas a bagagem é muito pesada pra que eu possa caminhar e leva-la comigo.
Eu tenho medo do desconhecido, mas eu também tenho tesão por ele, e eu preciso ver com meus próprios olhos o que é isso tudo que eu desconheço,
eu não quero viver me perguntando sobre coisas que eu poderia ter vivido, nem me martirizar pelas coisas que deixei pra trás,  tudo na vida tem o seu momento pra acontecer e costumo me apegar a ideia de que nada acontece por acaso, e também que nada acontece sem que façamos acontecer.
Eu olho pra janela aberta e me deparo com a chuva caindo lá fora, me pergunto porque eu não posso sair contra a porta e deixar que os pingos dancem sobre meu corpo,  e eu não quero me apegar a perguntas quando eu sei que a única resposta é ir lá e deixar acontecer.
O maior erro é viver uma vida de hipóteses, quando o mundo se abre e te oferece milhões de possibilidades,    a única coisa necessária é que precisamos deixar o medo de lado e abraçar o novo, beijar o desconhecido.
Estou totalmente entregue ao acaso, as coisas que a vida tem guardadas pra me mostrar, perdi o medo de viver, então vida, pode me foder de todos os lados que eu sou sua.



31/01/2013

Hello, I love you, Whats your name?






Danço sobre seus corpos a valsa dos egoístas, 
que se divertem na companhia de um cigarro e garrafas vazias,
Vejo rostos que não consigo recordar, pois estou muito bêbado, querida
Você vem e dança pra mim, com olhos de malicia,
Hoje eu amo você, mas amanhã não recordarei seu rosto, pois a bebida já me subiu a cabeça
Olá, eu te amo, qual é mesmo o seu nome?
As garotas desse bar parecem gostar da forma que eu as olho,
mas duvido se pensariam o mesmo se soubessem que eu só tenho olhos pra você,
você tem esse cheiro de cigarro malboro de 3 dias que me agrada,
sua silhueta está hipnotizando meus últimos suspiros de lucidez 
Hey, garota, eu amo você, qual é mesmo o seu nome?
Eu amo a rua, mas eu poderia te levar pra casa
sua camisa rasgada ficaria bonita como moldura na minha estante,
hey garota, você está mais bêbada do que eu
antes que eu vomite no seu sapato, você poderia me dizer o seu nome?
senhorita, eu amo você
mas amanhã não lembrarei de quem é esse batom borrado na minha camisa.


22/01/2013

Metamorfose sou


Já se passou algum tempo desde a última vez.. de lá pra cá muita coisa mudou, meus pés estão cada dia mais calejados, minha maquiagem borrada e nas costas o peso da idade me cobra dia após dia que eu cresça,  mas ninguém nunca me perguntou se eu queria crescer...
Ontem eu era uma criança querendo sentir o gosto que o mundo tem, com o espírito cheio de expectativas vulcânicas, a alma doentia por emoção e a intensidade exalando sob meus poros...  eu ainda me  sinto assim, essa sede por imensidão me cobra cada suspiro dos meus dias, e confesso, não tem sido fácil me conter, queria fechar os olhos e pedalar por estradas desconhecidas, sem olhar pra trás, sem me preocupar, sem me perguntar pra onde vou ou  o que deixei pra trás,  queria montar na garupa da bicicleta e viver, simplesmente  viver, sem passado ou futuro, simplesmente sentindo a textura oufativa do presente, sentir o vento batendo sob meus cabelos e espalhando-se sob meus olhos, embaçar minha visão com a poeira das estradas e parar onde uma placa chamasse minha atenção, sentar em um bar qualquer, pedir um caneca de choop e derrama-lo garganta à baixo, o cara do meu lado se ofereceria para pagar mais uma caneca pra mim, beberíamos acompanhados de uma conversa que fluiria conforme as canecas fossem secando, o dono do bar me daria um sorriso e eu entenderia que ele já era um corpo amigo, depois de algumas horas as músicas do bar seriam uma playlist escolhida por mim, eu cantaria alguns versos, escreveria algumas estrofes e o resto, só vocês estando lá pra saberem.
A próxima parada, quem poderia dizer qual seria? Ninguém. A graça de viver por estalos espontâneos é que cada hora que se passa é um mundo desconhecido a desvendar, e a cada hora que se vive é uma pagina à menos a ser escrita, ou uma página a mais a ser lida.  A gente é quem escolhe que livro queremos ser,  aqueles que um qualquer usa pra pegar no sono, ou aqueles que tiram o sono de qualquer um.
Talvez minha vida não desse pra ser um best seller, pois a minha história não é contínua,  eu vivo em quebrados, um pouco ali, um pouco aqui, cada dia uma diferente, pois a inconstância é meu maior apelido. O máximo que se faria de mim seria uma biografia, ou um livro de poemas miúdos, quem sabe, no máximo crônicas, cada página uma nova história de mim,  pois metamorfose sou.