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24/06/2010

Flor bela!





Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantinela se desprende
Um sonho de magia e de pecados.

Dos teus pálidos dedos delicados
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca nao aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.

Pelo seu rosto branco, sempre frio,
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas...

Talvez um dia entenda o teu mistério...
Quando, inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas!

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